terça-feira, 31 de maio de 2011

Crefito-7 nas Escolas

O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 7ª Região (Crefito-7) promoveu, nos dias 19 e 20 de maio, três edições do projeto Crefito-7 nas Escolas. O eventos foram realizados na Faculdade de Sergipe (Fase), na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e na Universidade Tiradentes (Unit), respectivamente, com a participação de 219 estudantes de Fisioterapia.

Para doutor José Roberto Borges dos Santos, presidente do Crefito-7, que palestrou na UFS e na Unit, o Crefito-7 nas Escolas é uma oportunidade de aproximar o conselho dos futuros profissionais. “Este projeto, é uma ferramenta para apresentarmos o conselho aos futuros profissionais e tirar dúvidas sobre a nossa atividade em prol da sociedade. Assim evitamos as confusões sobre a atuação de diferentes entidades, como o sindicato, a associação e o conselho”, disse.

Em palestra na Fase, doutor Cleber Sady, vice-presidente do Crefito-7, analisou o mercado de trabalho e abordou a descentralização dos serviços como uma oportunidade para os profissionais. “Se eu estivesse me formando hoje, iria desenvolver minhas atividades no interior. Vejamos que na maioria das 417 cidades da Bahia e 75 de Sergipe não temos serviços de Fisioterapia ou Terapia Ocupacional. São oportutunidades de trabalho que precisam ser melhor exploradas”, destacou.

Participação


A presença marcante dos estudantes foi o destaque das três edições do Crefito-7 nas Escolas em Aracaju. Na UFS, a acadêmica de Fisioterapia Débora Oliveira gostou do evento. “Achei interessante, pois deu para esclarecer as dúvidas sobre várias questões relacionadas a profissão e ao conselho. Muita coisa que tinha dúvida – sobre estágio, por exemplo – foi esclarecida”, apontou.


Os professores também prestigiaram o evento. Para doutor Paulo Leal, docente da Unit, eventos como o Crefito-7 nas Escolas são fundamentais para a formação dos estudantes. “Acho de extrema importância a presença do Crefito, como órgão que regula e e fiscaliza a profissão, junto dos futuros profissionais, principalmente para informar os trâmites dos processos e saber o que o conselho faz pela população”, ressalta.


Cada estudante receberá, em breve, um certificado eletrônico que será emitido pelo órgão via e-mail, de acordo com a lista de presença preenchida nos três eventos.

Notícia do Crefito-7

Profissional Empreendedor
Depois de duas edições o evento volta a ser realizado em Salvador, desta vez no campus da Bahiana, no Cabula.






Está confirmado. A sétima edição do projeto Profissional Empreendedor acontecerá no próximo dia 30 (segunda-feira), às 19h, no campus da Faculdade Bahiana de Medicina e Saúde Pública, no Cabula. A entrada é franca e o participante tem direito a um certificado.
O projeto Profissional Empreendedor é uma iniciativa inédita do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 7ª Região (Crefito-7) em todo o país, numa parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
As três instituições enviam consultores (Sebrae e BNB) e agentes fiscais (Crefito-7) para ministrar palestras sobre gestão; abertura de empresas; marketing pessoal; linhas de financiamento específicas; plano de negócios e regularidade de funcionamento de clínicas e consultórios.


Isso ocorreu ontem!


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Onde encontrar cursos bons de Fisioterapia

Caros colegas,
aqui vai umas dicas de sites onde se encontra cursos de extensão e especialização na área de Fisioterapia:

www.portaleducacao.com.br


www.inspirar.com.br


www.atualizacursos.com.br


www.fisioconcurso.com.br


Espero que gostem!


abraço


Tatiana Borges

Concurso da Prefeitura de Jeremoabo/Ba

Está aberto o Concurso para Prefeitura de Jeremoabo/Ba para profissionais de Fisioterapia, onde as inscrições serão até o dia 03/06/2011.

Corra logo e inscrevam-se!

Abraço

Tatiana Borges
(Fisioterapeuta)

Fisioterapia preventiva pode garantir o bem-estar de pacientes com câncer de mama

Medida faz parte de uma tendência que busca a prevenção e a promoção da qualidade de vida ao invés de apenas tratar e curar doenças.
 
AGÊNCIA NOTISA – O modelo médico por muito tempo se focou na doença, numa forma de pensar a saúde que pode ser qualificada como “reabilitadora”. Durante esse período, a prevenção de problemas e a promoção de saúde não faziam parte do leque de atuação do profissional. Mas este padrão está mudando.

É o que mostra o artigo “As práticas do cuidar na oncologia: experiência da fisioterapia em pacientes com câncer de mama”, publicado em julho do ano passado na revista História, Ciências, Saúde - Manguinhos. De acordo com o trabalho, este novo estilo de fazer medicina também estaria se estendendo para a fisioterapia oncológica.
Lina Faria é pesquisadora do Instituto de Medicina Social, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e autora do artigo. Em entrevista à Agência Notisa, ela afirma que “mais do que recuperar ou curar pessoas, a fisioterapia preventiva vem criando condições para a saúde, o bem-estar e a participação social”, através de atividades que visam a prevenção de complicações, em todas as fases do desenvolvimento desta doença: “no diagnóstico; no tratamento; na recorrência da doença e nos cuidados paliativos”, enumera. A fisioterapia oncólogica, assim, “lida com as sequelas próprias do tratamento, atuando de forma preventiva para minimizá-las”, afirma a pesquisadora no artigo.

A pesquisa defende a importância do início de um programa fisioterapêutico precoce no tratamento de câncer de mama, antes dos pacientes apresentarem complicações, como “limitações de movimentos, dor, linfedema e aderência cicatricial”. Lina explica que, procedendo dessa forma, o paciente “diminui o tempo de internação e retorna mais rapidamente às atividades diárias e ocupacionais”.

No pós-operatório, a pesquisadora afirma que existem várias terapias indicadas, a saber: “algumas baseadas em exercícios de alongamento global e fortalecimento muscular, exercícios respiratórios, manobras de drenagem linfática manual, além de movimentos de facilitação neuromuscular proprioceptiva e atividades funcionais”, com destaque também para técnicas de Reeducação Postural Global (RPG), cinesioterapia, crioterapia, mobilização passiva e técnicas de relaxamento muscular.

É importante que se conheçam as técnicas de fisioterapia preventiva disponíveis, bem como seus benefícios para os pacientes com câncer de mama, uma vez que esta é uma das maiores causas de mortalidade entre mulheres no Brasil atual, podendo ser qualificado como “um importante problema de saúde pública”, argumenta a autora no artigo. Dessa forma, “cada vez mais se faz necessária a atuação da fisioterapia em pacientes com câncer de mama, do ponto de vista do tratamento e da prevenção, para minimizar os efeitos da cirurgia radical ou mesmo superá-los”, conclui na publicação.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Fonte:http://www.jornaldiadia.com.br/jdd/cs/48049--fisioterapia-preventiva-pode-garantir-o-bem-estar-de-pacientes-com-cancer-de-mama

sábado, 28 de maio de 2011

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Caros colegas, boa noite

Estou também no Facebook para melhor divulgação do meu trabalho.

Para me encontrar: Tatiana Fisioterapeuta


Aguardo contato de todos!

Abraço

A Fisioterapia no século XXI e a Geriatria

Os avanços médicos das últimas décadas promoveram a queda da mortalidade entre as doenças infecciosas, beneficiando os grupos mais jovens da população. Estes “sobreviventes” passam a viver mais e expostos a fatores de risco para doenças crônico-degenerativas.

O segmento que cresce mais rápido é o de pessoas acima de 75 anos. Estes 12% idosos ocupam 33% do tempo do medico e a usam 25% das medicações prescritas. Além disso, são responsáveis por 40% das admissões hospitalares. A previsão para os próximos 20 anos é um aumento de idosos atingindo 18% do total da população, com grande impacto econômico social.
No Brasil, 5,85% da população é maior de 65 anos. No período de 1950 a 2025, o número de idosos no país deverá aumentar em 15 vezes, enquanto o restante da população em 5 vezes (Projeções da Organização Mundial de Saúde, OMS). O país ocupará o 6.° lugar no mundo quanto ao contingente de idosos, alcançando 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, em 2025.
Como decorrência do crescimento da população idosa e do aumento da longevidade, as doenças do aparelho cardiocirculatório continuarão a liderar as estatísticas de letalidade, seguidas pelos cânceres e por outras doenças crônicas, como as do aparelho respiratório, e osteoarticular.
Alia-se a estas mudanças o aumento do tabagismo, apesar das campanhas anti-tabágico, diminuição das atividades físicas diárias, mudança do perfil de dieta (rica em calorias e gorduras) e aumento doestresse. Estes fatos fazem surgir cada vez mais casos de obesidade, dislipidemia (alterações do colesterol e triglicérides), hipertensão arterial sistêmica e aumento de resistência  insulina(componentes da síndrome metabólica). Todos estes fatos juntos predispõe as doenças cardiovasculares.

Este tipo de transição epidemiológica obrigará a readequar os programas de saúde pública, com prioridade para as medidas assistenciais e preventivas para as doenças não transmissíveis, e programas sociais com forte ação na socialização do idoso e seu retorno a vida ativa no mercado de trabalho.
Para cuidarmos dos idosos que as atuais conjunturas populacionais estão criando, necessitamos de profissionalizar os jovens prevendo para as próximas décadas o seu ingresso no futuro contingente de idosos. Pois, como sabemos, o emprego, é um fator determinante por toda a vida adulta, tendo grande impacto sobre a preparação, sob o aspecto financeiro, da pessoa para a velhice.
Papel da fisioterapia
O fisioterapêuta deste século deverá estar preparado para atuar na equipe multi e interdisciplinar, conhecendo os múltiplos aspectos das doenças crônicas e principalmente, das condições bio-psico-sociais dos idosos. O papel preventivo deverá sobrepujar o caráter reabilitatório dasfisioterapias atuais. A atuação integrada do fisioterapêuta deverá ser sentida de forma consistente em todos os níveis de atendimento ao idoso. Procurando agir nos ambulatórios e consultórios médicos, evitando-se a hospitalização, que é considerada fator de risco de óbitos por provocar condições que agravam a saúde, como infecções, isolamento social, iatrogenia, entre outras que podem proporcionar perda de independência e autonomia.
Como sabemos os idosos hospitalizados apresentam um declínio físico progressivo e após a alta hospitalar, nem sempre conseguem recuperar o seu desempenho funcional anterior. Cabe ao fisioterapêuta, atuar neste segmento, de forma a minimizar estas “seqüelas” reabilitando o idoso de forma plena no mais breve período de tempo possível.
O fisioterapêuta do século XXI, necessita de conhecimentos a respeito não só da patologia que está sendo tratada, mas também de noções de nutrição, farmacologia, psicologia, filosofia e sociologia. Pois, não raramente será solicitado, pelo paciente, de informações a este respeito. Estas informações, certamente, não virão apenas das cadeiras do curso de fisioterapia, mas do convívio com as equipes que atendem os idosos.



Referência:
CUNHA, U e VEADO MAC- Fratura da extremidade proximal do fêmur em idosos: independênciafuncional e mortalidade em um ano. Revista de Ortopedia e Traumatologia, junho 2006,VOL 41, NO 6,p.195-199.
MAIA FOM, DUARTE YAO,LEBRAO ML et al Risk factors for mortality among elderly people. Revista Saúde Pública, Dec. 2006, vol.40, no.6, p.1049-1056.
IBGE. Informações estatísticas e geocientíficas. [
on line]
OMS _ Envelhecimento ativo [on line]


Fonte:http://www.medicinageriatrica.com.br/2007/06/13/saude-geriatria/a-fisioterapia-no-seculo-xxi-e-a-geriatria/

Oração do Fisioterapeuta



Eu me dedico a Ti, ó Pai,
consagrando minha vida, minhas mãos
e minha técnica para que Tu mesmo ajas
nas dores, nos traumas, no corpo do meu paciente.
E dá-me o sentido mais vivo de estar cooperando Contigo
na melhoria da qualidade de vida do mundo que me cerca,
daquele que está aos meus cuidados.
Fortalece minha fraqueza,
e preenche minha necessidade de crescer
e compreender os outros.
Faze peritas minhas mãos; dá-me um toque adequado,
um ouvido amigo e um coração amável.
Por Jesus, cujo toque afastava a dor,
e Cujas mãos, que aliviaram vidas,
foram presas na cruz por mim.

Amém.

Concurso da Prefeitura Municipal de Salvador

Há previsão de um Concurso Público para Prefeitura Municipal de Salvador/Ba, onde terá aproximadamente 2.500 vagas para cargos de nível médio e superior, com remuneração de R$ 541,00 a 4.555,00, com oportunidades para enfermeiros, técnicos em enfermagem, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos, assistentes sociais, entre outros. Devido à carência de novos servidores, a expectativa é de que o edital saia ainda neste primeiro semestre.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Efeitos da Fisioterapia Respiratória Convencional versus aumento do fluxo expiratório na saturação de O2, frequência cardíaca, frequência respiratória em prematuros no período pós-extubação

INTRODUÇÃO
Devido à imaturidade do sistema respiratório, os recém-nascidos (RN) prematuros apresentam altos riscos de desenvolver complicações respiratórias com necessidade de ventilação pulmonar mecânica, assim, a possibilidade de fisioterapia respiratória torna-se cada vez mais necessária em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal1.
A técnica de higiene brônquica é descrita tradicionalmente na literatura como fisioterapia respiratória convencional (FRC) e compreende as manobras de drenagem postural, pressão manual torácica, facilitação da tosse e/ou aspiração de vias aéreas superiores2.

O aumento do fluxo expiratório (AFE) é uma técnica não convencional de desobstrução brônquica que pode ser aplicada desde o nascimento, inclusive no RN prematuro, quando existe doença respiratória com obstrução das vias aéreas3. A desobstrução é realizada por meio de preensão bimanual, com uma mão envolvendo e comprimindo suavemente a parede anterolateral do tórax do RN durante a expiração, enquanto a outra mão exerce apoio estático no abdome4.
O AFE é definido como aumento ativo, ativo-assistido, ou passivo do volume expirado, em velocidade ou quantidade. Dentre as técnicas fisioterapêuticas o AFE é uma das mais utilizadas em pediatria, tendo como objetivo mobilizar, deslocar e eliminar as secreções traqueobrônquicas5, 6.
Em RN prematuros não existem estudos comparativos das técnicas convencionais e técnicas a fluxo, embora ambas sejam usadas rotineiramente em UTI Neonatal.
Considerando a importância da assistência fisioterapêutica nos cuidados ao prematuro e a escassez de estudos sobre o tema, este estudo teve como objetivo: comparar os efeitos da FRC versus AFE na saturação de O2 (SpO2), freqüência cardíaca (FC) e freqüência respiratória (FR) de recém-nascidos prematuros, nas primeiras 48 horas pós-extubação.

MÉTODO
Estudo prospectivo e randomizado, envolvendo recém-nascidos prematuros internados na UTI Neonatal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, no período de janeiro a março de 2004. O estudo foi realizado após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (541/2003).
Foram considerados prematuros os RN com idade gestacional inferior a 37 semanas, conforme critério da Organização Mundial de Saúde, e classificados como prematuros extremos aqueles com idade gestacional inferior a 31 semanas. A idade gestacional foi calculada preferencialmente pela data da última menstruação, desde que houvesse certeza ou pelo ultra-som obstétrico realizado até 20 semanas de gestação. Quando não disponíveis estas informações utilizou-se o método de New Ballard para estimar a idade gestacional7.
Critérios de inclusão
- idade gestacional menor que 37 semanas e idade pós-natal inferior a 30 dias;
- uso de FiOmenor ou igual a 0,4;
- ausência de má-formação congênita;
- respiração espontânea, nas primeiras 48 horas pós-extubação;
- solicitação médica para fisioterapia respiratória;
- consentimento materno livre e esclarecido para a participação na pesquisa.
O estudo foi delineado na forma de intenção de tratamento, tendo como critério de suspensão da manobra fisioterapêutica a diminuição da SpO2 para valores inferiores a 90%.

Procedimento
Após a solicitação médica de fisioterapia respiratória, a pesquisadora avaliava se o recém-nascido preenchia os critérios de inclusão; caso o paciente não fosse incluído procedia-se o atendimento fisioterapêutico conforme a rotina do serviço. Quando o recém-nascido preenchia os critérios de inclusão, a seqüência era: solicitar o consentimento materno e proceder a randomização.
Para a randomização foram confeccionados 20 cartões com a palavra FRC e 20 cartões com a palavra AFE, colocados individualmente em envelopes lacrados. O sorteio foi realizado pelo médico responsável pelo paciente e apenas a pesquisadora principal, responsável pela aplicação das técnicas conheciao conteúdo do cartão. Outra pesquisadora mensurava as variáveis nos três momentos de avaliação; assim este estudo pode ser considerado cego.
Após a randomização os recém-nascidos foram avaliados quanto à ausculta pulmonar, expansibilidade torácica, padrão respiratório, oximetria de pulso e padrão radiológico.
Foram obtidos dos prontuários e anotados em protocolo específico para pesquisa, os seguintes dados dos recém-nascidos: peso de nascimento, idade gestacional, tipo de parto, doenças, idade no início da fisioterapia.
Os recém-nascidos do Grupo FRC, receberam a drenagem postural e a tapotagem posicionados em decúbito lateral direito e esquerdo com duração de cinco minutos em cada lado. Na posição supina foram submetidos à vibrocompressão por mais cinco minutos, e ao término, para a eliminação de secreções, procedeu-se a aspiração de boca e narinas por um período de aproximadamente cinco minutos ou até que não houvesse mais secreções.
Os recém-nascidos do Grupo AFE, receberam a técnica AFE lento, na posição supina por 15 minutos, com o seguinte posicionamento das mãos do terapeuta: uma das mãos nas costelas inferiores e a outra utilizando a borda cubital na linha supramamária com compressão suave do tórax. No final da técnica os recém-nascidos foram aspirados com utilização de sonda e luvas estéreis, por um período de aproximadamente cinco minutos.

Nos dois grupos de estudo foram aferidas e anotadas a SpO2, freqüência cardíaca e freqüência respiratória, durante cinco minutos antes do início da técnica, após 10 minutos e após 30 minutos da aplicação das técnicas. Durante todo o procedimento os RNs foram continuamente monitorados com monitor multiparamétrico marca Dixtal® para observar qualquer dessaturação, taquicardia ou bradicardia, o que indicaria suspensão da técnica. Os RN estudados foram acompanhados até a alta da UTI, porém neste estudo foram utilizados os dados dos três primeiros dias de realização da fisioterapia. A assistência fisioterapêutica foi realizada duas vezes ao dia, uma no período da manhã e outra no período da tarde, com duração média de 20 minutos cada sessão.
Momentos de avaliação
M0= 5 minutos antes das manobras.
M1= 10 minutos após as manobras.
M2= 30 minutos após as manobras.
Variáveis de estudo
FC= aferida com estetoscópio durante um minuto.
FR= aferida com observação do movimento torácico em um minuto.
SpO2= aferida com oxímetro de pulso.
Análise estatística
As variáveis contínuas que tiveram distribuição normal foram analisadas pelo teste t Student, considerando-se a distribuição bi-caudal. As variáveis que não tiveram distribuição normal, foram comparadas pelo teste não paramétrico de Mann-Whitney. Para as variáveis categóricas foi utilizado o teste do Qui-quadrado ou exato de Fisher. Em todos os testes adotou-se o nível de significância em 5%.

RESULTADOS
Participaram do estudo 40 recém-nascidos prematuros, distribuídos em dois grupos: 20 no grupo FRC e 20 no grupo AFE.
Nenhum RN apresentou efeito adverso com as manobras e assim não houve exclusão do estudo.
A amostra foi constituída predominantemente por pequenos prematuros, sendo 67,5% deles com idade gestacional inferior a 31 semanas e 90% com peso ao nascimento menor que 1500g, sendo 14 do sexo feminino no Grupo FRC e apenas seis no Grupo AFE. A média do peso de nascimento no Grupo FRC foi de 1133 ± 375g. e no Grupo AFE foi de 1105 ± 337g., sem diferença entre os grupos (p = 0,805).
As principais características e diagnósticos dos RN encontram-se na Tabela 1. AsFiguras 12 e 3 apresentam os valores de SpO2, freqüência cardíaca e freqüência respiratória nos Grupos FRC e AFE nos três momentos de avaliação.

Em ambos os grupos houve aumento significativo da SpOaos 10 e 30 minutos após as manobras. A freqüência cardíaca aumentou após a FRC e não houve alteração significativa na freqüência respiratória.

DISCUSSÃO
Os avanços tecnológicos aumentaram a sobrevida de RN de alto risco, com pesos de nascimento e idades gestacionais cada vez menores, os quais evoluem com elevada morbidade neonatal requerendo assistência multiprofissional. Assim a fisioterapia tem adquirido papel de destaque em várias situações, dentre elas o relaxamento muscular, posicionamento, manutenção de boa postura, promoção da auto-organização e o auxílio na ventilação pulmonar do neonato8.
As características da casuística deste estudo foram homogêneas nos dois grupos e enquadram-se perfeitamente no perfil esperado da clientela de uma UTI neonatal de um hospital de nível terciário, ou seja, prematuros com idade gestacional e peso ao nascimento muito baixo, o que é importante, pois estes RN apresentam elevada morbidade neonatal e grandes limitações em sua função respiratória9. Coerente com estas características dos RN a SDR foi a doença inicial mais freqüente nesta amostra10, entretanto o início da fisioterapia na segunda semana de vida sugere que a indicação desta assistência não foi a SDR, e sim suas complicações, destacando-se como uma das mais freqüentes em nosso meio a infecção, que é sempre uma preocupação em pacientes submetidos à ventilação mecânica11.
No presente estudo, tanto a FRC como o AFE aumentaram significativamente a SpO2 nos dois momentos de avaliação (10 minutos e 30 minutos após as manobras), mostrando que, a curto prazo, estas técnicas são benéficas para a oxigenação. Porém há que se considerar que os RN avaliados já apresentavam SpO2 em níveis adequados antes da fisioterapia.

Resultado semelhante foi descrito por Finner et al.12, que com o uso da FRC em 20 recém-nascidos de termo e de pré-termo, obtiveram em 15 minutos após a fisioterapia, aumento significativo de 14,5mm Hg na PaO2. Entretanto, não há unanimidade quanto aos benefícios da fisioterapia respiratória em recém-nascidos, pois Fox et al.13 e Poleart et al.14 mostraram redução significativa da PaO2 após a FRC. Em relação ao efeito do AFE na oxigenação de recém-nascidos, não encontramos relatos na literatura que permitam confrontar nossos resultados.
Quanto à freqüência cardíaca os valores médios dos prematuros aqui estudados foram normais em todos os momentos de avaliação, entretanto após a FRC houve aumento significativo da FC que persistiu até 30 minutos, o que não ocorreu após o AFE sugerindo que esta manobra (AFE) seja menos estressante ao RN. Há de se considerar que qualquer doença causa estresse e pacientes de UTI são submetidos freqüentemente a vários fatores e situações de estresse físico e psicológico, tais como: imobilização, privação ou sobrecarga sensorial, desorientação, manipulação excessiva e principalmente dor15. Neste contexto o AFE pode ser considerado melhor que a FRC.
Os efeitos da fisioterapia respiratória na freqüência cardíaca são pouco referidos na literatura. Em estudo com pacientes adultos gravemente doentes documentou-se ocorrência de arritmias durante a FRC16.Enquanto que,recente estudo experimental, com ovelhas adultas mostrou que a técnica convencional de fisioterapia respiratória não apresentou efeitos hemodinâmicos adversos, pois sua aplicação não causou alteração na freqüência cardíaca, na pressão arterial e nas pressões de artéria pulmonar e átrio direito17. Em recém-nascidos prematuros com ventilação mecânica, Antunes et al.18 não observaram alteração na freqüência cardíaca em função do posicionamento em supino ou prono. Vivian-Beresford et al.19 relataram tendência a bradicardia com a aplicação da FRC em prematuros no período pré-extubação. Em recém-nascidos com respiração espontânea em fase de recuperação de doença respiratória, Fox et al.13 relataram a ocorrência de bradicardia transitória em alguns pacientes com a aplicação da fisioterapia convencional.

Tanto a FRC como o AFE não causou alterações significantes na freqüência respiratória que se manteve com valores normais durante todo o período de estudo, o que se justifica pelo fato dos RN estudados serem prematuros estáveis, em respiração espontânea com mínima necessidade de oxigênio e sem doença respiratória aguda. Resultados diferentes foram obtidos por Fox et al.13, que ao estudar as alterações fisiológicas e respiratórias associadas à fisioterapia respiratória documentaram aumento significativo da freqüência respiratória após a FRC.
Quanto aos efeitos cardiorrespiratórios do AFE, não dispomos de estudos em recém-nascidos. Entretanto, em crianças esta técnica foi avaliada em estudo nacional, não controlado, que mostrou, em 94 crianças com idade média de dois anos e diagnóstico de pneumonia, aumento significativo na freqüência respiratória e freqüência cardíaca, com normalização em 20 minutos. A saturação de O2também apresentou aumento significativo após a aplicação da técnica e manteve-se elevada após o procedimento 20.
Apesar da reconhecida importância e da freqüente participação da fisioterapia respiratória na assistência neonatal ainda são escassos os estudos que avaliam a eficácia e segurança das técnicas fisioterapêuticas no recém-nascido, conforme mostra a revisão sistemática de Flenady e Gray1, que pode incluir apenas três ensaios clínicos controlados envolvendo 138 recém-nascidos para avaliar os efeitos da fisioterapia respiratória na prevenção de morbidade em recém-nascidos, durante o desmame da ventilação mecânica. A conclusão desta revisão foi que embora a fisioterapia possa reduzir a necessidade de reintubação, os dados são insuficientes para que se possa determinar a eficácia e segurança deste procedimento, havendo necessidade de mais estudos.
Os resultados do presente estudo sugerem que o AFE pode ser aplicado com segurança em prematuros de muito baixo peso, estáveis e no período pós-extubação. Seu efeito a curto prazo na oxigenação equipara-se à FRC, tendo como vantagem a ausência de repercussão na freqüência cardíaca. Há necessidade de mais estudos para confirmar estes resultados iniciais, avaliar o efeito desta intervenção em outras situações como o uso de ventilação pulmonar mecânica, bem como investigar seu efeito em outros desfechos clínicos relevantes, tais como: quantidade de secreção eliminada, tempo de assistência ventilatória e/ou uso de oxigênio.

escrito por:Antunes LCO; Silva EG; Bocardo P; Daher DR; Faggiotto RD; Rugolo LMSS

fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-35552006000100013&script=sci_arttext

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